Greve: petroleiros paralisaram todo o Sistema Petrobras
Dia de mobilização contra "desinvestimentos" na estatal e em repúdio ao projeto de José Serra para entrega do Pré-sal tem ampla adesão. Atividades também foram paralisadas em Fortaleza
Publicado: 24 Julho, 2015 - 14h07
Escrito por: FUP, CUT-CE e Sindipetro-CE/PI

DireDesde a zero hora desta sexta-feira (24/7), os petroleiros iniciaram a greve nacional de 24 horas, indicada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos e referendada em assembleias realizadas por todo o Brasil. A greve de advertência também está sendo realizada no Ceará, tendo sido aderida por trabalhadores das áreas operacionais e administrativas. No Estado, os trabalhadores não estão emitindo Permissões de Trabalho (PTs) nas plataformas marítimas, na Petrobras Biocombustível (PBIO), na Lubnor e no terminal da Transpetro. As manifestações começaram às 7h30, com apoio da CUT-CE.
A paralisação das atividades nesta sexta-feira é um protesto da categoria contra o novo Plano de Gestão e Negócios da Petrobrás referente aos anos de 2015/2019 e contra o PLS 131/2015, o projeto entreguista do senador José Serra (PSDB-SP), que pode tirar da Petrobras o papel de operadora única do Pré-sal. O Ceará, com intensa mobilização da CUT estadual, tem protagonizado a mobilização em defesa da causa. No último dia 22, foi lançada, em Fortaleza, a “Frente Ampla em Defesa do Pré-Sal – pelo Brasil, pela Educação e pela Petrobras!”.
Presidente eleito da CUT-CE, Wil Pereira, compareceu Mais uma vez, os trabalhadores estão demonstrando grande capacidade de organização e resistência e, compreendendo que neste momento, não há outra saída para defender os direitos da classe trabalhadora, a não ser lutando. Segundo o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro – CE/PI), Oriá Fernandes, os petroleiros estão se manifestando contra os “desinvestimentos” e propõem ações para que a estatal continue sendo como uma empresa integrada de energia.
“Algumas ações recentes poderão significar o desmantelamento do Sistema Petrobras, colocando em risco empregos, direitos e conquistas sociais. Por isto, estamos aqui para dar nosso total apoio aos colegas petroleiros”, explicou o presidente eleito da CUT-CE, Wil Pereira, na entrada da Lubnor, no Mucuripe. Ele acrescentou que esse movimento não é só dos petroleiros, "e sim, de toda a classe trabalhadora que prioriza a força do trabalho e diz NÃO à privatização da Petrobras, maior empresa estatal do País".
Confira o quadro nacional:
Entrada da Lubnor, no bairro Mucuripe, foi bloqueada na manhCE – No Ceará, os trabalhadores não estão emitindo Permissões de Trabalho (PTs) nas plataformas marítimas, na Petrobras Biocombustível (PBIO), na Lubnor Lubnor (no bairro Mucuripe), ee no terminal da Transpetro (em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza). A greve foi aderida por trabalhadores das áreas operacionais e administrativas.
NF – Nas bases de Terra do Norte Fluminense, a paralisação começou no Terminal de Cabiúnas, às 23h30, quando os trabalhadores entregaram a produção da unidade. O acesso à carga de gás do terminal também está bloqueado.
As plataformas da Bacia de Campos aderiram à greve e, até o momento, 14 plataformas entregaram a operação das suas unidades. São elas: PCH-1, PVM-3, P-65, P-55, P-48, P-47, P-37, P-33, P-26, P-19, P-18, P-09, P-08, P-07.
SP – No estado de São Paulo, todas as unidades operacionais como as refinarias Replan e Recap, assim como terminais da Transpetro em Barueri, Recap, São Caetano, Guararema, Guarulhos e Usinas Termoelétricas estão paralisadas. Nestas unidades houve corte de rendição. Nas áreas administrativas, a greve também teve adesão de trabalhadores próprios e terceirizados.
Duque de Caxias – Nas unidades da Reduc, Terminal de Campos Elíseos (TECAM) e Usina Termoelétrica Governador Leonel Brizola, o corte de rendição começou às 23h da quinta-feira (23/7). O Sindipetro Caxias montou um acampamento na frente destas unidades, onde estão sendo realizadas diversas mobilizações de conscientização sobre a importância da greve. Em solidariedade à paralisação dos petroleiros, também estão presentes no movimento diversos integrantes de movimentos sociais, estudantis e de outras categorias.
MG – Em Minas Gerais, não houve troca de turno nas unidades da Refinaria Gabriel Passos (Regap), na Termoelétrica Aureliano Chaves, na Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros e no terminal da Transpetro em Juiz de Fora. A paralisação começou às 23h30 da quinta-feira (23/7). A greve também teve adesão de trabalhadores das áreas operacionais e administrativas destas unidades. Na manhã desta sexta-feira, o Sindipetro MG realiza um ato na frente da refinaria.
ES – No Espírito Santo, todas as unidades operacionais tiveram corte de rendição à zero hora de hoje. Os trabalhadores da UTG, em Linhares, da UTG-SUL, em Anchieta, dos terminais da Transpetro Barra do Riacho, em Aracruz e do TEAVIT, em Vitória, não fizeram a troca de turno e estão realizando apenas as operações padrão. O pátio de estocagem de equipamento de apoio marítimo (TINS) às plataformas do estado também está paralisado. No EDIVIT, edifício sede da Petrobras em Vitória, a paralisação começou às 5h de hoje. Em todas as unidades do estado, a greve teve adesão de trabalhadores próprios e terceirizados.
PR/SC – No Paraná, o movimento de greve está forte na Repar, nos terminais da Transpetro (Six, Tepar, Teguacu , Tefran, Tejai e Temirim), assim como nas unidades administrativas, com adesão dos trabalhadores próprios e terceirizados. Na Fafen-PR, a paralisação começou às 23h30 de ontem.
RS – Houve corte de rendição e os trabalhadores não fizeram a troca de turno na Refap. Até o fechamento deste informe, não obtemos informações sobre o movimento de greve nos terminais da Transpetro no estado.
PE/PB – Em Pernambuco, a paralisação começou forte no Terminal de Suape.
BA – Na Bahia, a paralisação acontece em todas as unidades do estado: campos de Candeias, Santiago, Bálsamo, Taquipe, Araçás/Imbé, Buracica, Miranga, assim como na PBIo, Fafen, UTE, Arembepe, UTe Rômulo Almeida, Ute Muricy, UTE Bahia 1, Transpetro, Bacam Gascac , RLAM, conjunto Pituba, COFIP, Universidade Petrobras e UTE Celso Furtado. A paralisação foi aderida por trabalhadores próprios e terceirizados. O corte de rendição também começou à zero hora.
RN – No Rio Grande do Norte, todas as bases estão paralisadas. Na sede administrativa da Petrobrás em Natal, a greve teve adesão de 90% dos trabalhadores próprios e terceirizados, assim como na mesma unidade de Mossoró. Na manhã de hoje, representantes do Sindipetro RN fizeram um bloqueio na BR 304, que dá acesso a essa base. Nas plataformas do estado, o movimento de greve também é intenso e houve suspensão de Permissões de Trabalho (PTs) desde às 7h desta sexta. No Pólo de Guamaré, local que recebe e processa toda produção de petróleo do estado, houve corte de rendição e, os trabalhadores que permanecem nas unidades, efetuam apenas as operações padrão.
AM – No Amazonas, a greve começou na principal unidade do estado, que é a Refinaria de Manaus (Reman), onde a rendição foi cortada desde às 23h de ontem. Nas demais unidades do estado como Serviço Compartilhado, Terminal sede da Transpetro e DGN,Terminal Aquaviário de Coari e sede da Engenharia, a greve também foi aderida por trabalhadores próprios e terceirizados das áreas operacionais e administrativas.
Entrada bloqueada na Lubnor, em Fortaleza, na manhOs informes da greve serão atualizados ao longo do dia.
LEIA ENTREVISTA DO COORDENADOR DA FUP, JOSÉ MARIA RANGEL, AO PORTAL DA CUT SOBRE O ASSUNTO.